A Secretaria de Cultura do Estado, por meio da Coordenação do Patrimônio Cultural e Memória (COPAM), reconhece a tradicional Festa do Quilombo como Patrimônio Cultural do Ceará. O parecer, emitido em 01 de outubro de 2018, seguiu para aprovação do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (COEPA).
Como relatado, a Festa do Quilombo é uma tradição popular que acontece durante o Ciclo de Reis, nos dias 25 de dezembro (Natal), 1º de janeiro (Dia de Ano) e seis de janeiro (Dia de Reis), quando mais de 40 grupos de Reisado, Guerreiro, Banda Cabaçal, Lapinha, centenas de entremeios e músicos tomam as ruas da cidade.
O pedido de Registro partiu da comunidade brincante, que pelo menos desde maio de 2008 vem participando de encontros com colaboradores, para examinar a validade tática do Registro da Festa. Em maio de 2017, amparada pelas pesquisas e materiais audiovisuais produzidos, representada pelo mestre Antônio Evangelista do Reisado dos Irmãos, formalizou a solicitação de abertura do processo de Inscrição da Festa do Quilombo como Patrimônio Cultural junto ao Governo do Ceará.
A solicitação foi endossada por diversos mestres, entre eles os Tesouros Vivos Mestra Margarida da Conceição – do Guerreiro Joana D’Arc e o Mestre Aldenir Callou – Reisado da Bela Vista, Crato, dezenas de pesquisadores e autoridades culturais.
O Registro é um objetivo comum que cria entusiasmo, une mestres de grupos, territórios urbanos e expressões variadas, entremeios e a sociedade, aproximando as pessoas da cultura local.
Registrar o Quilombo colabora na superação do paradigma da política cultural associada à preservação de uma memória branca. O Registro do Quilombo inclui na memória nacional povos e culturas clandestinas, historicamente estigmatizadas, propiciando uma reescrita da história e a mudança no imaginário da sociedade.
A medida assegura a transmissão de saberes e promoção de direitos sociais, econômicos, ambientais, culturais e simbólicos dos praticantes. O Registro foi pensado como uma ferramenta democrática e flexível, capaz de agir no presente e resguardar a memória de de grupos importantes no processo de formação da sociedade brasileira.
A aprovação do pedido está amparada por parecer da Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória (COPAM), no âmbito do processo 3270794/2017, recomendando o Registro da Celebração ao Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará (COEPA).
Os próximos passos são a elaboração do dossiê e do plano de salvaguarda do bem cultural junto com a comunidade brincante.
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